sexta-feira, 28 de junho de 2013

O problema é a jaula

Uma matéria ótima que li no blog "Mundo Novo" da Revista Superinteressante escrita pelo brilhante Denis Russo Burgierman. Vale cada segundo de leitura...

"As leis que temos hoje proibindo as drogas foram em grande parte inspiradas por pesquisas científicas realizadas nos Estados Unidos na década de 1960 com ratinhos presos em gaiolas. Cada ratinho ficava trancado sozinho em uma jaula pequena, com um canudo preso a uma veia. A cada vez que o bicho puxava uma alavanca, uma dose de morfina, heroína ou cocaína era despejada em sua corrente sanguínea. Os resultados eram assustadores: a maioria dos animais se afundava nas drogas. Alguns passavam o dia inteiro puxando as alavancas e ficavam tão viciados que se esqueciam de comer e beber e acabavam morrendo de fome. Conclusão: drogas são substâncias mortíferas, que causam dependência severa e matam.
Bom, se ratinhos saudáveis transformam-se em zumbis com uma dose, o mesmo deve acontecer com humanos, certo? Melhor então proibir tudo e punir severamente os infratores, para evitar que meninos e meninas tenham o mesmo destino desses pobres roedores. É essa a lógica da política de Guerra às Drogas.
Aí, no final dos anos 70, um psicólogo canadense chamado Bruce Alexander teve uma ideia. Ele resolveu repetir o experimento, mas, em vez de trancar as cobaias numa solitária, construiu um parque de diversões para os bichinhos – o Rat Park. Tratava-se de uma área grande, 200 vezes maior do que uma jaula, cheia de brinquedos, túneis, perfumes, cores e, o mais importante, habitada por 16 ratinhos albinos. Ratos brancos, como humanos, são seres sociais – adoram brincar uns com os outros. Eles são muito mais felizes em grupo. Outros 16 ratinhos tiveram sorte pior – foram trancados nas jaulas tradicionais, sem companhia nem distração. Ambos os grupos tinham acesso livre a dois bebedores – um jorrando água e o outro, morfina.
O Rat park
Os ratos engaiolados fizeram o que se esperava deles: drogaram-se até morrer. Mas os do Rat Park não. A maioria deles ignorou a morfina. Podendo escolher entre morfina e água, os ratinhos do parque no geral preferiam água. Mesmo quando os ratos do Rat Park eram forçados a consumir morfina até virarem dependentes, eles tendiam a largar o hábito assim que podiam. O consumo da droga entre eles foi 19 vezes menor do que entre os ratinhos enjaulados.
Ou seja, o problema não é a droga: é a jaula. O que é irônico considerando que nossa política de drogas tem como premissa justamente enjaular na cadeia os dependentes.
Hoje entende-se bem como funciona a química da dependência no cérebro. O centro da questão é um químico chamado dopamina, o principal neurotransmissor do nosso sistema de recompensa. Quando animais sociais ficam isolados e sem estímulos, seus cérebros secam de dopamina. Resultado: um apetite enorme e insaciável pela substância. Drogas – todas elas – têm o poder de aumentar os níveis de dopamina no cérebro, aliviando essa fissura. O nome disso é dependência.
Ou seja, não é a droga que causa dependência – é a combinação da droga com uma predisposição. E o único jeito de curar dependência é curar essa predisposição: dando a esse sujeito uma vida melhor, como Bruce Alexander fez com os ratinhos do Rat Park.
Hoje a maioria dos países desenvolvidos entendeu isso e criou políticas públicas de cuidado e acolhimento para resolver o problema da droga. O melhor exemplo disso é Portugal, que há apenas dez anos vivia uma emergência pública com um surto de dependência em heroína, e hoje é considerado inspiração para o mundo em termos de políticas de drogas bem sucedidas. O que Portugal fez foi abrir consultórios nas cracolândias de lá, com um atendimento de boa qualidade, que trata os dependentes com respeito, tenta enriquecer suas vidas, estimula o convívio social, incentiva-os a buscar ajuda, oferece a eles ambientes tranquilos, acolhedores.Os resultados foram espetaculares.
Mas, enquanto o mundo muda em resposta às novas descobertas científicas, o Brasil continua endurecendo suas leis. Em vez de buscar inspiração em Portugal, copia experiências das ditaduras da Ásia, com cadeia, imposição de tratamento, até mesmo conversão forçada a certas igrejas, que recebem dinheiro público para “tratar” drogados usando a Bíblia. Um político paulista disse que sua estratégia para resolver o problema na cracolândia era causar “dor e sofrimento” para expulsar os dependentes de lá – ou seja, aumentar o estresse. É justamente a receita para matar ratinhos. E para aumentar o consumo de drogas."

quinta-feira, 27 de junho de 2013

3 perguntas e respostas sobre talento

executivo com globo de cristal na mão

Aptidão natural ou habilidade adquirida. Durante muito tempo esta foi a definição clássica propagada nos quatro cantos do mundo sobre o que é talento. Ou seja, nascia-se com ele ou corria-se ferozmente atrás dele.Mas os tempos e a velocidade das coisas mudaram. E com isso mudou-se o conceito de talento. É o que propõe Alfredo Assunção, CEO e sócio fundador da Fesa no livro Talento A Verdadeira Riqueza das Nações (Editora Scortecci).
livro, como o próprio autor diz, tem a proposta de aconselhar executivos e a comunidade de uma maneira geral sobre a melhor forma de otimizar a utilização do talento , sobretudo no mundo corporativo. 
“É porque, comprovo que é através do mundo corporativo que o talento movimenta a economia global”, registra o autor permeando sua tese com dados estatísticos, econômicos e políticos do mundo e também do Brasil. Confira três das muitas perguntas que o autor responde sobre o tema em seu livro:
1 O que é talento?
“É a condição de se fazer necessário para uma determinada função, atividade ou realização de sonhos, próprios ou de terceiros, comprovando feitos memoráveis ou que alteraram para o bem uma condição vigente qualquer”, escreve Assunção. Quem não for necessário a uma empresa está fora. “Simples assim. Um PHD só será talento quando se fizer necessário”, escreve.
Para entender este conceito, deixe de lado os “heróis”. “Falamos de um ser humano normal dotado de vontade, com aptidão e atitude positiva para desenvolver-se usando de tecnicismos necessários para desempenhar de forma acima dos padrões normais uma determinada função”, escreve Assunção.
2 Como adquiri-lo (e mantê-lo)?
De acordo com o autor, atualizar-se é a regra de ouro quando o assunto é talento. Estar conectado com o que acontece , sobretudo na sua área de atuação, é o primeiro passo. O autor cita também que a atitude de estar para servir é muito importante para se dar bem no mundo corporativo. “Todos temos que nos servir para somar”, escreve Assunção.
Isso porque, explica, é impossível saber de tudo. “A pessoa talentosa conhece profundamente um determinado campo. Então precisa de outras talentosas que conheçam outros campos para que a soma de conhecimento possibilite a empresa criar produtos ou serviços necessários a mercados altamente demandadores por qualidade e preço”, registra.
3 Por que uma pessoa de talento pode ficar desempregada?
Porque ela se torna obsoleta, segundo Assunção. Hoje, o mundo corporativo quer profissionais que tenha ampla visão de negócio, que assumam a visão de dono do negócio, que estejam dispostos a mudar de cidade, estado ou país. 
Confira os requisitos para os programas de trainee das grandes empresas que atuam no Brasil. A grande maioria busca jovens flexíveis e adaptáveis às necessidades da empresa, prontos a viajar, alinhados com a cultura e os valores e que não hesitem em fazer as malas para morar em outra cidade. E quem não se adequa a esta realidade vai ser deixado de lado, torna-se como o autor diz, obsoleto, ultrapassado.
Fonte: Camila Pati

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Mudança de cenário como propulsor de criação, inovação e ação

Cenários nos ambientam em tempos e movimentos diferentes. Os espetáculos usam o artifício cênico para transportar os espectadores para a realidade que o enredo deseja. Os grandes musicais, mestres em trocar o cenário diversas e mágicas vezes, usam esse artifício para gerar novos climas, sensações e despertar os 5 sentidos  da platéia elevando subliminarmente o entusiasmo e o prazer pela obra.
Assim como esses artifícios criados e estudados para nos transportar à realidades mágicas, nos tirar do cotidiano e gerar entusiasmo, a troca de cenários na vida real é também uma ferramenta poderosa de criação, inovação e ação. Os ambientes aos quais pertencemos, ao longo do tempo correm o risco de mecanizarem nossas ações e pensamentos. São poucos aqueles que conseguem arejar mente e raciocínio sempre envoltos pelas mesmas “4 paredes”. O ser humano vibra com o novo, com a surpresa e com a quebra de rotina.
Nos mais de 2 anos viajando, não só percebemos como a troca de cenários é mesmo propulsora, como entrevistamos muitas pessoas e viajantes de todo o mundo que nos disseram que buscaram o artifício da troca de cenário para a promoção de um sabático, ócio criador, aprimoramento pessoal ou profissional. Quando rompemos com a rotina e com o comportamento padrão em que estamos inseridos, mesmo sem perceber, liberamos nosso corpo e mente para recriar novas realidades e portanto, novos  pensamentos e ações.
A troca de cenário não precisa ser tão radical como uma Volta ao Mundo ou uma viagem longa. Inúmeras são as formas de reciclar, trocando nossos cenários mesmo que de modo mais passageiro. Criar uma anti-rotina que gere espaço para criação de novos modelos já é um respiro oxigenante e vibrante.
Podemos ser transportados para um oásis do Marrocos através de um espaço calmo e verdejante ao lado de nossa casa ou para as colinas francesas, sentados no mato cerrado do campo de um interior qualquer desse Brasil. Um cinema numa tarde de sol pode nos levar às vielas européias ou às cores da Ásia. Sair da rota diária pode nos fazer conhecer horizontes que não conhecíamos no nosso próprio bairro. Um final de semana num lugar desconhecido também ajuda na troca de cenários. O que precisamos é comprometer nossos sentidos com o novo, e não com a enxurrada de pensamentos rotineiros e traiçoeiros que são tão comuns no exercício da nossa mente. Abrir os olhos para ver, os ouvidos para ouvir, o tato e as narinas para sentir e o paladar para degustar de verdade, nos ajudam à compor a experiência da troca de cena de forma completa. Até mesmo uma Volta ao Mundo não marcará a troca de cenários se não embarcarmos de peito aberto para abraçar legitimamente o novo.
Minha proposta é uma reflexão sobre a quebra do comportamento padrão que nos tira o brilho do novo, buscando encontrar até mesmo no dia-a-dia, momentos de troca genuína desse padrão. Faz um tempo fiz um curso, que através de exercícios super simples, propunha um novo olhar diante da rotina. Certa vez me pediram que durante uma semana eu trocasse todos os caminhos que estava acostumada a percorrer, e numa outra, tinha que fazer algumas travessias à pé ao invés de usar o carro, mas com a proposta de andar calmamente observando “de verdade” o meu entorno. Posso garantir que tive momentos de puro maravilhamento em relação à vida. Meus 5 sentidos se ampliaram e o tempo alargou. Fui mesmo transportada para muito além da minha rotina e oxigenei corpo e mente.
Na prática, isso acontece pois o inconsciente humano é um grande armazenador de dados captados pelos 5 sentidos, que mesmo sem nosso controle, influenciam nossa rotina. O lado consciente do cérebro é depósito pobrezinho de armazenagem se comparado ao lado não tangível da mente. Todas as informações que nossos 5 sentidos captam geram um fluxo imediato de cerca de 11 milhões de bits de informação por segundo; uma quantidade impressionante de dados que vão para o nosso HD central. Essas infos combinadas são capazes de modificar nossa vida, mesmo que não de forma consciente. Quando estimulamos nossa cabeça com a troca de cenários uma avalanche de novos dados começa a nos invadir ocupando novas gavetas e se associando à outras informações lá armazenadas. O processo criativo assim começa e a cada novo movimento mais estímulos são combinados. Precisamos ser estimulados para gerar um fluxo de novos pensamentos e ideias que mais para frente se transformam em sonhos e desejos, e depois ações.
Quando experimentamos a mesma rotina e processos, combinamos sempre as mesmas informações e nossa “produção” acaba ficando limitada. Quando nos submetemos saudavelmente a novos estímulos, imediatamente estamos forçando nossa mente a sair da caixa padrão, processando novos dados. Tudo que nos faça quebrar  rotina e padrão trazem um benefício enorme em termos de criação e construção. Nesse processo, a troca de cenário gera um resultado ainda mais completo pois nosso microcosmo confortável dá espaço para um ambiente com estímulos totalmente novos e geradores de inovação.
A experiência humana tem dessas “chaves” e conhecê-las pode nos mover e motivar muito mais do que imaginamos. Vale a pena se entregar …
Clique para saber mais sobre o Projto Walk and Talk – A volta ao mundo em busca do que nos move, inspira e motiva.

terça-feira, 25 de junho de 2013

7 atitudes essenciais para usar seu potencial ao máximo

Nuno Cobra, ex-preparador físico de Ayrton Senna, usa conceitos do esporte para treinar executivos para a vida corporativa.

Nuno Cobra, ex-preparador físico de Ayrton Senna:
Nuno Cobra, ex-preparador físico de Ayrton Senna
sucesso profissional (e pessoal) de Nuno Cobra está diretamente ligado aos exercícios físicos, como ele mesmo atesta. E o fato dele ser preparador físico não é a única razão para isso. Após uma infância raquítica e de baixa autoestima, Nuno descobriu por meio das atividades físicas (leia-se: subir em árvores, nadar em rio, entre outras possibilidades da vida interiorana dos anos 40 e 50) que poderia ir longe: “A hora que eu fiquei forte, me dei conta de que tinha mudado total e completamente”, afirma. E aí está a base do método que criou há 50 anos: usar atividades físicas para desenvolver o que ele chama de “corpo mental e espiritual”.
Famoso por ter sido preparador físico do piloto Ayrton Senna, morto em 1994, Nuno também estende estes princípios para a vida corporativa. O empresário Abílio Diniz está na lista de executivos que já experimentaram o método. 

Em uma divertida entrevista para EXAME.com, Nuno e dois de seus quatro filhos listaram alguns dos princípios que eles compartilham com seus alunos e que, segundo eles, deveriam ser seguidos à risca por todos que desejam usar o próprio potencial ao máximo. Confira:  

1 Tenha um espaço na própria agenda
Antes de tudo, verifique sua agenda. Provavelmente, há um espaço reservado para alguma reunião, outros para as tarefas diárias, quem sabe, até, um jantar com os amigos. Mas e você? Há algum horário dedicado apenas para estar consigo?  “É difícil a pessoa ser alguma coisa se ela não existe”, afirma Nuno. A dica básica dos três especialistas é simples: exista na própria agenda. Não importa o horário e a atividade – é autorizado até não fazer nada. O que importa é priorizar a si mesmo. “A pessoa tem que entender que ela vale a pena”, diz Nuno.

2 Entenda seus hábitos
O resultado do processo? “A partir do momento que passa a existir para si, ela vê de que forma existe no mundo”, afirma Renato Cobra. Em outras palavras, passar tempo consigo implica em observar-se e, como consequência, em entender-se. Este círculo de reações é, segundo os especialistas, essencial para o processo de formação de profissionais (e atletas) de alto-desempenho. Motivo? Ao olhar para dentro de si, as pessoas começam a vislumbrar os hábitos que determinam as ações cotidianas delas. 
E aí está a chave da questão. “Hábito é uma resposta automática e involuntária perante o estímulo. Isso não é liberdade, nem autonomia. Você fica escravo do seu comportamento”, diz Renato. “É preciso trazer seus hábitos à tona para ter liberdade de escolha”. E como consequência mudar as atitudes que empacam sua carreira e impedem você de se destacar.

3 Esteja onde você está (de verdade)
“Você não pode estar nem no futuro, nem no passado. Tem que estar escutando e enxergando o que está acontecendo – em tempo real”, afirma Renato. Pode parecer simples, mas quem se perde em meio às centenas de abas no navegador ou se rende ao apelo do smartphone sabe o quanto é difícil simplesmente se focar, ou melhor, estar por completo em uma atividade. Mas, de acordo com os especialistas, foco é a base para um trabalho feito com excelência. “A maioria das pessoas está apenas em atividade, mas não na ação da sua atividade. É diferente levar o corpo para passear do que ir passear com ele”, diz Renato. Não por acaso, o poeta português Fernando Pessoa defendeu a mesma proposta no seguinte poema: “Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto é no mínimo que fazes”.

4 Durma
Esta não é a primeira vez (nem será a última) que um especialista defende o sono como um método de trabalho. Mas o conselho faz sentido: “Você só pode dar o que você tem. Se você não tem energia, não terá energia para usar no trabalho”, diz. E a melhor estratégia para recuperar as energias gastas ao longo do dia? Dormindo. 
5 Esteja em equilíbrio
Ser coerente com você mesmo é outro ponto essencial, segundo os especialistas. “Quanto mais você trabalha dentro do seu equilíbrio, melhor. Quanto mais em desequilíbrio, pior seu rendimento”, afirma Nuno Cobra Júnior. Aqui, a ideia não é apenas saber os próprios limites, mas o que o motiva ou desmotiva, o que rouba ou recarrega suas energias e por aí vai. “A ideia é investir na própria onda”, brinca Renato. “Todos que se tornaram ‘mitos’ acreditaram muito na própria história e caminharam sem medo na direção deles mesmos”. 
“As pessoas precisam investir nelas mesmas. Este é o caminho que vai dar na estrada de realizar todo seu potencial”, diz Nuno Júnior. 
6 Vá além 
Outra dica é não se acomodar aos próprios limites e ir além. “Quando você torna o impossível em algo possível, você começa a questionar tudo o que é impossível”, diz Renato. A consequência disto? "Você aumenta a sua capacidade de agir no mundo e vira proprietário da própria transformação”.
7 Seja persistente
“Se você analisar Martin Luther King, Airton Senna, Pelé e Mandela verá que elas insistiram muito na mesma coisa”, diz Nuno Cobra. Ou seja, para usar todo seu potencial, não vale desistir assim que o primeiro obstáculo despontar no caminho. Pode até soar clichê, mas persistência é fundamental. “Não há nada que resista ao trabalho. Um mito é feito com muito trabalho”, afirma Renato. 

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Existe diferença entre felicidade e alegria?

Existe diferença entre felicidade e alegria ?! Você já parou pra pensar sobre isso ?!

alegria
Fomos questionados sobre o tema em entrevista recente e o bate-papo foi tão interessante que resolvi escrever sobre o assunto.
Felicidade é um estado intrínseco, em geral associado ao bem-estar. Ela é perene, ligada a auto-confiança, serenidade, sensação de dever cumprido e um sentimento de paz interior. Seu significado não tem exatidão, a felicidade já foi tratada por inúmeros poetas, filósofos e artistas célebres que nunca chegaram a um concenso sobre sua definição. Como é ligada às emoções e as emoções são extremamente pessoais, cada um acaba conferindo sua própria tradução.
Já a alegria é um transbordamento da felicidade, está em geral ligada à um fato ou ação positivos. Se pensarmos em um gráfico, os momentos de alegria gerariam picos e a felicidade se manteria numa linha mais plana. A alegria está ligada ao êxtase, é uma manifestação visível da felicidade, ela nos liga divinamente ao momento presente nos conectando ao aqui e agora. A alegria conecta pessoas, abre portas e gera a empatia.
Não é necessário que essas emoções andem  juntas. Alguém pode ser feliz e não estar alegre em determinado momento e o contrário também é verdadeiro, pois muitos manifestam picos de alegria mas no fundo não estão exatamente felizes. Falamos também sobre o quanto nós brasileiros somos notariamente conhecidos no mundo como um dos povos mais alegres do planeta. Ao longo dos 2 anos viajando muitas portas se abriram pra nós pelo simples fato de sermos do Brasil. Temos essa característica como símbolo nacional, ao mesmo tempo isso nos confere uma certa ingenuidade, pois a alegria excessiva acaba sempre esbarrando na sensação de superficialidade. E aí vale lembrar que tudo nessa vida tem limite, o exagero se torna um movimento não verdadeiro e pega mal.
Não sei se já se questionou sobre como andam essas emoções em você. Acho que essa é uma reflexão válida pois a ativação e a manifestação de alegria e felicidade podem ser de boa serventia. A alegria e o bom humor por exemplo, podem transformar ambientes organizacionais, reuniões, entrevistas de emprego, negociações e até estimular parcerias. Como dissemos, a alegria é uma força que acima de tudo conecta e nos puxa para o presente momento, onde passado e futuro por ora são deixados de lado. Ambientes organizacionais dotados de descontração vem gerando excelentes resultados. Vide modelos adotados pelo Google, 3M do Brasil, entre outras consideradas em 2012 como “As melhores empresas para você trabalhar”.
Bill Hewlett (fundador da HP) disse assim: “Homens e mulheres desejam fazer um bom trabalho. Se lhes for dado o ambiente adequado, eles o farão”. Isso mostra que nossa busca é mesmo pelos ambientes mais saudáveis e sendo assim somos parte dessa transformação.
Já a felicidade quando impera no ambiente é um reflexo de contentamento, satisfação e dever cumprido por parte dos integrantes do grupo. A felicidade como base do clima acaba sendo uma fonte de inspiração e resultados mais positivos por sua própria característica.
Se você anda represando suas emoções verdadeiras de contentamento com medo da opinião alheia, vale a pena tentar usar essa manifestação como meio de conexão e de propagação de energia positiva – sempre bem vinda em todos os lugares. Lembrando que o equilíbrio pra tudo sempre é válido.

“O bom humor espalha mais felicidade que todas as riquezas do mundo. Vem do hábito de olhar para as coisas com esperança e de esperar o melhor e não o pior…” | Alfred Montapert


sábado, 22 de junho de 2013

TUDO COMEÇOU COM UM CAMUNDONGO … OU COM UM COELHO?!

Reprodução de um texto da ótima Luah Galvão do Walk and Talk...


"Muitos dizem que existe uma métrica que sempre funciona no mundo dos negócios: todo grande sucesso foi precedido por um ou mais fracassos … Se isso é via de regra não sei, mas depende de como encarados, fracassos podem ser poderosas válvulas de ativação para grandes resultados.

walkandtalk disney

Quando estivemos nos Estados Unidos ficamos imersos num treinamento muito interessante chamado Disneylogia Master, implementado pelo Seeds of Dreams Institute. Foram 7 dias de muita bagagem onde estudamos o universo do mestre Walt Disney e todo seu legado.

Para nossa surpresa no início de sua carreira Disney entrou em falência 2 vezes consecutivas. Suas duas primeiras empresas não passaram de um ano de vida. Como se as falências não bastassem, o primeiro personagem idealizado por Walt Disney, um coelho batizado de Oswald (Oswald the Lucky Rabbit), foi perdido para as mãos da Universal Studios em uma negociação equivocada. Na época a Universal se propôs a distribuir os desenhos animados de Oswald e no momento de fechamento do contrato, uma cláusula leonina que passou desapercebida pelo novato Disney, dizia que a criação estava sendo cedida para a grande distribuidora americana.

A perda dos direitos sobre seu primeiro personagem de sucesso trouxe à Walt tamanha frustração e desilusão que criou em poucos dias o layout do que seria a grande estrela de sua trajetória: Mickey Mouse. Como isso aconteceu? Assim que percebeu o grande equívoco contratual, saiu do escritório da Universal em Nova Iorque e na viagem de trem que durou 3 dias até sua casa na Califórnia, fez os primeiros esboços do novo personagem. A Universal na época não apenas ficou com os direitos de Oswald como também comprou o “passe” de toda a sua equipe de desenhistas, dos quais apenas o braço direito de Walt, Ub Iwerks, ficou para ajudá-lo na nova empreitada e acabou sendo o desenhista que deu vida ao personagem Mickey.
walkandtalk oswald
Como curiosidade, o camundongo mais famoso do mundo era para ser chamado de Mortimer Mouse, e foi graças a Lilly, esposa de Disney que o nome foi trocado para Mickey. Se não essa dica de Lilly provavelmente Disney teria aí mais um fracasso eminente.
 Ele buscou na criatividade uma solução para a crise que acabara de passar e conseguiu através de Mickey dar start em toda sua produção posterior. Seu sucesso foi notório e notável e até hoje segue como personagem mais famoso do mundo.

Em paralelo, os desenhos que envolviam o coelho Oswald não seguiram adiante. Prova de que algumas vezes a criação não segue sem o amor de seu criador. Não faz muito tempo seus direitos foram recuperados pelas empresas Disney numa negociação em troca do passe de um jornalista que o grupo da Universal quis arrematar. Lá do alto o mestre da fantasia deve estar orgulhoso com o resgate de Oswald. Dizem que Walt sempre foi extremamente ciumento com suas criações e a perda de seu primeiro personagem fez com que ao longo de sua vida desenvolvesse uma série de procedimentos para nunca mais ficar refém de outra grande perda.

Todos nós cometemos erros e seguimos por vezes em estradas sinuosas, isso é mais do que humano, a diferença está naquilo que fazemos com nossas quedas e a maneira com que as encaramos. Nossos erros muitas vezes nos abastecem de força, estratégia e maturidade nos motivando aos grandes saltos.

Por Luah Galvão

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Walk and talk

Nem sei dizer por onde consegui chegar até essa maravilhosa ideia, de um blog pra outro, de um link pra outro descobri... fato é que a cada novo texto, foto ou vídeo que tenho acesso vou me apaixonando pelo projeto. Uma grande contribuição a todos nós. O "walk abd talk" é um projeto de dois brasileiros corajosos que queriam observar o mundo em busca do que motiva os mais variados povos. Buenas, surrupiei a apresentação do site deles, afinal, nada melhor do que ouvi-los para compreender a grandiosidade e importância do projeto. Em breve mais post sobre aqui no blog...

Walk and Talk | O que te motiva?

O QUE MOTIVA, INSPIRA E REALMENTE TE IMPORTA?!

É isso que perguntamos por esse mundo afora nos últimos 2 anos. Andamos e falamos com muita gente...


“Queríamos desbravar o mundo em busca do que motiva as mais variadas raças, credos, culturas e cores para comprovar algo que ouvimos muito nas aulas de filosofia que inspiraram o projeto: “o talento é uma das grandes chaves para o entusiasmo e a motivação”. Saímos do Brasil com essa premissa e de repente nos deparamos com a vida de milhares de pessoas que cruzaram nosso caminho, fomos de encontro ao fantástico mundo daqueles que vivem em culturas totalmente distintas. Muitos nos ensinaram por sua diversidade e nos mostraram outros conceitos de inspiração e propósito, de movimento e paixão. Nossa visão se alargou, assim como o nosso foco, e passamos a abraçar essas histórias tão simples e tão raras. Colecionamos depoimentos, sentimentos, vivências e experiências que mal couberam em nossas mentes e corações, quanto mais em um blog. Diversificamos a maneira com a qual fomos trazendo à tona aquilo que colhemos nos 2 anos de viagem: escrevemos, gravamos áudios e vídeos, fotografamos momentos …
Chegamos à conclusão que o mundo está de fato se conectando minuto a minuto e que estamos passando por um momento especialíssimo de compartilhamento de idéias, tecnologias, ações e principalmente de experiências de vida. Hoje podemos aprender com a história de alguém que está numa vila do Laos ou numa metrópole da África, com um adolescente da Nova Zelândia ou com uma gostosa avó guatemalteca. Todo mundo tem uma história e todas as histórias são carregadas de ensinamento e inspiração. Todas as ações humanas imbuídas de dignidade e amor podem ser compartilhadas pois aprendemos que podem transformar. Com todo esse movimento gracioso e evolutivo não tivemos como nos manter à parte e hoje buscamos cada vez mais compartilhar aquilo que é bom, nobre e belo – não importando se ações, pensamentos, histórias reais ou reflexões. Para nós andar e falar passou a ser mais do que um simples estudo sobre motivação, passou a ser uma nova maneira de viver e encarar a vida, uma maneira que encontramos de dividir aquilo que tem força para inspirar e mover esse maravilhoso mundo em que vivemos.”
 

Não deixe a Razão cortar as asas da sua Motivação!

Muitas pessoas se motivam por atividades perigosas e até mesmo arriscadas, outras se movem pelo desconhecido, pelo novo ou desafiador. Fatores “aparentemente irracionais” podem ser extremanente motivadores, afinal é inegável que existam pessoas aficcionadas por atividades como essas, vide profissões de risco e esportes radicais.
É incrível mas a razão nem sempre prevalece na hora de definir o que nos motiva. Um sentimento, uma vontade ou até mesmo uma sensação podem estar mais próximos da real motivação do que pensamentos racionais e cartesianos.
Tentar encontrar motivação pela lógica, pode ser uma tarefa mais arriscada do que se imagina. Não adianta simplesmente traçar uma meta inteligente, racional e lógica, a vida não é tão “reta” assim. Não devemos esquecer que somos nossos próprios guias e que a razão, um dos inúmeros instrumentos que temos, não nos leva tão longe quanto a imaginação e os sonhos podem levar.
Sendo assim, que tal colocarmos mais atenção em nossas sensações, naquilo que nos sentimos bem enquanto fazemos?! Grandes nomes das ciências e das artes inciaram e persistiram em seus projetos pois tinham paixão naquilo que faziam e em muitos casos inclusive, foram totalmente contra a razão.
Todas as nossas reações estão compreendidas no tempo e não podemos esquecer que o tempo é uma arte, tratá-lo como algo puramente racional e mecânico é contrariar muitas vezes nossa própria natureza. Civilizações muito antigas como a egípcia, a grega e a maia só atingiram um excepcional avanço pois deram o devido valor ao tempo, aos talentos e às atividades executadas com paixão.
Será que o modelo lógico e racional que seguimos é o mais motivador para o nosso corpo e mente? Quando estamos abertos às múltiplas possibilidades a motivação pode ir além do lógico, nos mostrando inúmeros caminhos que talvez nos inspirem e entusiasmem muito mais do que modelos preconcebidos
Que tal refletir se sua razão está limitando sua motivação?

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Mais da metade das empresas brasileiras querem contratar

Jovens em fila para emprego em loja em Nova York

Empresas brasileiras estão de olho em profissionais para ocupar posições técnicas e de alta gerência. Em sua terceira edição no país, o Guia Salarial produzido pela Hays em parceria com o Insper, consultou mais de 700 empresas e 7 000 profissionais – e mostrou que, embora o ritmo de contratações tenha desacelerado, 60,6% das empresas ainda consideram a possibilidade de elevar o número de funcionários.
As maiores defasagens ainda estão entre os níveis técnicos e de média gerência. Entre os consultados, 68,5% afirmam estarem com foco prioritário nesse público na formação de suas próprias equipes.
Benefício
Quando o assunto é retenção de funcionários, o levantamento da Hays sugere o investimento em benefícios, ainda que não sejam salariais. Na avaliação de 95,65% dos consultados, esses benefícios não salariais são considerados muito importantes na hora de avaliar uma proposta de trabalho.
Um dos itens que chama a atenção dos candidatos é horário flexível. Isso porque sinaliza o apoio da empresa a uma rotina equilibrada. Segundo o levantamento, 71,3% dos consultados acreditam que essa a prática de gestão de pessoas que caracteriza melhor o pensamento da empresa quanto ao assunto.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Demissões por causa do Twitter

Antes, quem queria reclamar do trabalho ou de quaisquer fatos do cotidiano teria de se encontrar com amigos para chorar as mágoas ou usar um diário pessoal para desabafar. Agora, muita gente acaba usando as redes sociais para compartilhar essas angústias com os conhecidos e o Twitter se tornou, para muitos, um diário de 140 caracteres.


O problema é que o que ficava restrito a uma mesa de bar ou a páginas de um caderno privado hoje é público. Aquilo que você coloca no Twitter pode ser compartilhado e encontrado por qualquer um com apenas um clique. E pode custar sua reputação e seu emprego.

Twitter oficial da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

Quem trabalha com mídias sociais precisa tomar cuidado extra com o que publica – especialmente com o que publica no Twitter oficial do seu trabalho. No começo de 2012, o funcionário responsável pela conta da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (@imprensaPR) confundiu sua conta pessoal com a da Secretaria e acabou retuitando um site de humor.

“Com a volta de Luiza, quem tá indo pro Canadá é o Serra...”, dizia o tweet. A mensagem fazia referência a uma propaganda que ficou famosa na época e brincava com a figura do ex-adversário da presidente Dilma Rousseff, o tucano José Serra.

O autor do post foi demitido, o tweet deletado e o perfil oficial ainda comunicou: “Pedimos desculpas a todos pela publicação não autorizada, hoje, neste perfil, do retuíte indevido de um site humorístico”.

Thiago Vieira

O fotógrafo Thiago Vieira trabalhava no jornal Agora São Paulo quando o clube Palmeiras estava decidindo quem seria seu novo presidente, em janeiro de 2011. Enquanto esperava para tirar fotos do escolhido Arnaldo Tirone, ele usou sua conta pessoal no Twitter para publicar um recado chamando os palmeirenses de “porcos”.

O tweet foi visto por conselheiros do clube paulistano, que entraram na sala de imprensa e retiraram o fotógrafo. Em seu Twitter oficial, o Palmeiras postou que “após ofender a torcida, o fotógrafo Thiago Vieira não trabalhará mais no Palmeiras. O jornal para o qual ele trabalha já foi comunicado”. O Agora reprovou a agressão sofrida por Vieira na sala de imprensa, mas também informou que o fotógrafo não prestaria mais serviços para o jornal.


Gilbert Gottfried

O comediante americano é um bom exemplo de humorista que passou dos limites nas redes sociais. No Brasil, casos como o de Danilo Gentilli, que causou polêmica ao tuitar piadas consideradas racistas, ficaram famosos, mas não chegaram a custar o emprego do comediante. Gottfried não teve tanta sorte.

Pouco depois do terremoto e tsunami que destruíram o Japão em 2011, o americano postou piadas na sua conta pessoal: “O Japão é realmente avançado. Eles não vão à praia. A praia vem a eles”, tuitou. A companhia de seguros Aflac, cujo símbolo é um pato dublado por Gottfried, não achou graça nos comentários e decidiu dispensar o comediante.

Alec Duarte e Carolina Rocha

No jornalismo a “cultura do furo” é extremamente importante. Os veículos competem entre si para ver quem lança a notícia primeiro. Não é incomum, por exemplo, que existam obituários prontos de pessoas importantes, com imagens e textos já separados para serem publicados o mais rápido possível.

Quando, em março de 2011, o ex-vice-presidente José Alencar morreu, o então editor-assistente de política da Folha, Alec Duarte, fez referência a essa prática jornalística. Sem citar nenhuma pessoa ou veículo específico, ele escreveu: “nunca um obituário esteve tão pronto. É só apertar o botão”. A repórter do Agora SP, Carolina Rocha, respondeu dizendo que a notícia da morte de Alencar ainda não estava no site da Folha.com.

Por causa da troca de tweets, os dois jornalistas, que trabalhavam para o mesmo grupo, foram demitidos.

Mayara Petruso

No caso da estudante de Direito Mayara Petruso, os comentários feitos por ela em 2010, depois da vitória de Dilma Rousseff custaram caro. Mayara foi condenada, a um ano e cinco meses de prisão por crime de racismo depois de postar críticas a nordestinos (a quem ela atribuía a eleição da presidente Dilma).

A pena da jovem foi convertida em prestação de serviços comunitários e multa de 500 reais justamente por conta da repercussão do caso. Além de ter sido demitida de seu estágio, Mayara abandonou a faculdade e ficou reclusa em sua casa por seis meses.

Anthony Weiner

O caso ficou tão famoso nos Estados Unidos que passou a ser chamado de “Weinergate”. O deputado Anthony Weiner tinha o hábito de manter conversar eróticas com jovens via mensagem direta (aquela que não é pública) do Twitter. Tudo bastante discreto até que ele se confundiu com os botões do celular e aquilo que era para ser privado – no caso, uma foto dele de cueca – acabou virando público.

O vazamento acidental da primeira foto levou outras a aparecerem pelas redes sociais e o deputado reconheceu que havia mandado a mensagem e que mantinha “conversas inapropriadas” com seis mulheres. Em 2011, o escândalo era tamanho que Weiner se afastou do Congresso.

terça-feira, 18 de junho de 2013

A empreendedora brasileira na lista da Forbes


No. 10: Heloisa Helena AssisA ex-doméstica Zica Assis, 52, que inspirou a criação da personagem de Heloisa Périssé na novela Avenida Brasil, a cabeleireira Monalisa, figura entre as dez mulheres de negócios mais poderosas do Brasil, segundo a revista americana "Forbes". Na mesma lista, divulgada em maio deste ano, estão a modelo Gisele Bündchen, a presidente da Petrobras Maria das Graças Silva Foster e a presidente do Instituto Ayrton Senna, Viviane Senna.  

Zica é fundadora da rede de salões de cabeleireiros Instituto Beleza Natural, especializado em cabelos crespos e ondulados. A motivação para criar o negócio veio do próprio cabelo que, segundo a empreendedora, era difícil de manter bonito.

"Virei cabeleireira aos 21 anos para conhecer meu próprio fio. Nos anos 90, os únicos tratamentos que existiam eram para alisar, e eu queria mantê-lo natural, mas com balanço e brilho. Eu era doméstica e o cabelo crespo era visto como sujo e sinal de desleixo", conta.

Hoje, a rede possui 13 salões –dez no Estado do Rio de Janeiro, dois no Espírito Santo e um na Bahia–, 1.700 funcionários, um centro de desenvolvimento técnico para criação de cosméticos e uma fábrica de produtos próprios com capacidade de produção de 300 toneladas por mês.
Com o conhecimento adquirido no curso de cabeleireira e o contato com fornecedores de empresas de cosméticos no salão em que era funcionária, ela passou a testar misturas de produtos em casa na tentativa de melhorar a aparência do próprio cabelo.

"Meu marido reclamava que meu cabelo estava sempre desgrenhado, de tanta mistura que eu passava sem sucesso. Então, passei a testar no cabelo do meu irmão porque se não desse certo, era só raspar", diz.

Foram dez anos de testes até que ela recebeu o primeiro elogio a suas madeixas. "Fiz uma mistura que não fez o cabelo do meu irmão cair, então passei no meu. Quando uma prima elogiou e disse que queria que o cabelo dela ficasse igual, eu soube que havia chegado à fórmula certa."
A descoberta foi batizada de "Super Relaxante". Depois de procurar uma indústria química para fabricar o produto com exclusividade, o passo seguinte foi convencer o marido a vender o único bem da família, um automóvel Fusca, para investir no próprio salão. Ela convidou o irmão – que até então era cobaia nos testes– e uma amiga para serem sócios e trabalharem com ela.

Em 1993, foi inaugurada a primeira unidade do Instituto Beleza Natural, na comunidade do Catrambi, na cidade do Rio de Janeiro. "A fama foi se espalhando e desde as 5h da manhã já tinha gente na fila. Quando abria, às 9h, o salão já estava cheio, com 100 pessoas", declara Assis. Um ano depois, ela inaugurou a primeira filial e o crescimento nunca mais parou. Este ano, serão inauguradas outras cinco unidades –três em São Paulo e mais duas no Rio de Janeiro. A rede atende 90 mil clientes por mês e, além do Super Relaxante, foram desenvolvidos cerca de 50 produtos, entre xampus, condicionadores e outros itens para fazer a manutenção do tratamento.
"O tratamento com o Super Relaxante só é feito no salão e a fórmula é ultrassecreta. Vendemos os produtos para que a cliente faça a manutenção em casa", diz.

Ela não revela o faturamento, mas diz que a rede cresce, em média, 30% ao ano. "Na época em que criei o salão, ninguém olhava para a classe C, agora ela tem força e liberdade de escolha. Eu cresci junto com ela, dou oportunidades de trabalho, e estar na lista de uma revista tão importante é o reconhecimento de muito trabalho", diz. A consultora de negócios em beleza Rose Gonçalves, da empresa Assessoria em Beleza, diz que se especializar em determinado nicho, como fez Assis, ajuda a empresa a se tornar referência no segmento. "Ela virou referência, por isso fez sucesso. No Brasil, onde grande parte da população tem ascendência negra, esse nicho é uma grande oportunidade", destaca.

Reinaldo Messias, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa do Estado de São Paulo) diz que o empreendedor deve desenvolver habilidades de venda e apostar na comercialização de produtos relacionados, como xampus e cremes de tratamento. "Isso ajuda a elevar o faturamento."

O desafio, segundo ele, é fazer com que o cliente reconheça o estabelecimento como bom prestador de serviço e não somente o profissional.

"Se o cliente reconhece o profissional como sendo bom, ele irá segui-lo se ele trocar de salão. O dono do salão é um intermediário e tem que ser atuante. Ele deve treinar todos os profissionais igualmente, para que nenhum seja insubstituível", declara.

'Forbes' lista as dez empresárias mais poderosas do Brasil


Graça Foster, presidente da Petrobras, aparece em primeiro no ranking da revista. Lista traz executivas dos mais diversos setores – e Gisele Bündchen

1º A presidente da Petrobras é também a 18ª mulher mais poderosa do mundo. Além do tamanho da Petrobras, a Forbes também ressalta o papel de Graça na exploração da Bacia de Campos, onde fica parte do pré-sal e é uma das mais promissoras bacias de petróleo do mundo.







2º Chieko nasceu no Japão, mas estudou direito na USP e fundou a rede de hotéis Blue Tree Towers em 1997. Com a chegada da Copa do Mundo e das Olimpíadas, a Forbes aponta Chieko como uma das "anfitriãs" dos turistas estrangeiros. No ano passado, a rede faturou 170 milhões de dólares em vendas.



A presidente do Magazine Luiza gerencia uma das maiores redes varejistas do país. Sua habilidade nos negócios chamou a atenção de outra mulher poderosa - a presidente Dilma Rousseff - que já a convidou até para assumir a recém-criada Secretaria da Micro e Pequena Empresa. No entanto, o cargo foi ocupado por Guilherme Afif Domingos e Luiza continua administrando a rede, que prevê crescimento de 15% no faturamento neste ano.

Fluminense de Niterói, Adriana se formou em ciências políticas na Universidade de Brasília em 1991. Vinte anos depois, assumiu a diretoria da General Electric do Brasil. Segundo a Forbes, Adriana é defensora do governo Dilma e acredita que o Brasil tem uma vantagem competitiva na área de inovação tecnológica graças a meios alternativos, como parcerias com empresas locais, clientes e governo.



Conhecida mundialmente pelo seu trabalho nas passarelas, Gisele não ganha dinheiro apenas como modelo. Ela tem uma empresa de produtos de beleza ecologicamente corretos, a Sejaa, é estrela de inúmeros comerciais e fatura quase 1 bilhão de dólares por ano com produtos licenciados.





Quando Sônia assumiu os negócios da marca de roupas Dudalina, em 2003, a empresa só produzia roupas para homens. Em 2010, Sônia resolveu inovar e criou uma linha de roupas femininas. Hoje, a Dudalina fatura anualmente 190 milhões de dólares - 30% do valor vem das roupas femininas criadas há apenas três anos.





Anunciada há uma semana como a nova presidente da TAM, a executiva de 38 anos tem pela frente o desafio de comandar a maior companhia aérea do Brasil, com vendas anuais estimadas em 13 bilhões de dólares.




Milú Egydio Villela faz parte de uma das mais tradicionais famílias de banqueiros do Brasil e acumula os cargos de vice-presidente do conselho do Itaú e de presidente do Itáu Cultural e do Museu de Arte Moderna de São Paulo. A fortuna de Milú, estimada em mais de 2 bilhões de dólares, fez com que ela figurasse na lista de bilionários da Forbes até o ano passado. Mesmo fora do ranking, para a publicação, Milú "continua muito poderosa". 



Em 1994, Viviane criou o Instituto Ayrton Senna, em homenagem ao seu irmão e tricampeão mundial de Fórmula 1. Hoje, o Instituto Ayrton Senna beneficia, todos os anos, 75 mil educadores e dois milhões de crianças em mais de 1300 municípios brasileiros.





10º Heloisa criou, em 1993, o salão Beleza Natural, com o objetivo de oferecer produtos e serviços especialmente para cabelos crespos. Posteriormente, o salão virou instituto. Hoje, Heloisa emprega mais de 1.300 pessoas e tem seu próprio centro de pesquisa.


quinta-feira, 13 de junho de 2013

"Existe uma grande diferença entre ser consciente e estar conscientizado"

Quando ainda tinha 16 anos, a estudante Monique Evelle, 18, criou uma rede de jovens que busca transformar a realidade da periferia de Salvador. A Desabafo Social cria ações para despertar e aprimorar o senso crítico de crianças e adolescentes para as questões de direitos humanos. Desde 2011, o grupo promove atividades como oficinas, debates e diálogos e, em dois anos, já impactou, sem apoio financeiro, 40 crianças e adolescentes no bairro Nordeste de Amaralina.
As oficinas abordam temas como segurança na internet, exploração sexual, trabalho infantil, meio ambiente e liberdade de expressão. Atualmente, sete jovens trabalham diretamente no projeto, que conta também com articuladores em São Paulo, Ceará, Pará, Maranhão e Rio Grande do Norte, atuando em ONGs, escolas e em movimentos sociais.
Segundo os dados divulgados pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, a Bahia está em sétimo lugar no ranking dos Estados que mais receberam denúncias de violação dos direitos das crianças e adolescentes, entre janeiro e abril de 2013. Em relação às denúncias de violência sexual, a região sobe para a terceira posição.
As atividades da Desabafo Social visam conscientizar as crianças sobre quais são esses riscos, como e onde podem ocorrer, além de abordar os direitos das crianças em diferentes aspectos.
Futebol de rua promovido pela Desabafo Social
Futebol de rua promovido pelo Desabafo Social
"Uma menina que tinha participado de uma oficina em 2012 queria organizar um futebol das crianças. Eu perguntei por que, e ela respondeu que eu ensinei que todas as crianças tinham direito de estudar e de brincar", conta Evelle.
Segundo ela, os pais das crianças relataram que o comportamento dos filhos mudou após a participação nas oficinas. "Eles não jogam mais lixo na rua porque fizeram oficina de educação ambiental, sabem a hora de falar e a de escutar e respeitam os adultos."
"Existe uma grande diferença entre ser consciente e estar conscientizado. Sair do seu mundo e atuar como agente de transformação de mudanças positivas é estar conscientizado", afirma.
O investimento para manter as atividades do grupo vem dos próprios jovens que atuam no projeto. As tentativas de conseguir apoio em estabelecimentos locais, segundo Evelle, não tiveram sucesso.
As oficinas e demais atividades, que antes eram feitas em espaços cedidos, passaram a acontecer na rua. Até a abertura da Copa do Mundo, o Imagina na Copa vai contar 75 histórias de jovens que estão transformando o Brasil para melhor.
Os vídeos serão publicados no site www.imaginanacopa.com.br .